Doi-me quem sou. E em meio da emocao
Ergue a fronte de torre um pensamento.
E como se na imensa solidao
De uma alma a sos consigo, o coracao
Tivesse cerebro e conhecimento.
Numa amargura artificial consisto
Fiel a qualquer ideia que nao sei,
Como um fingido cortesao me visto
Dos trajes majestosos em que existo
Para a presenca artificial do rei.
Sim, tudo e sonhar quanto sou e quero.
Tudo das maos caidas se deixou.
Bracos dispersos, desolado espero.
Mendigo pelo fim do desespero,
Que quis pedir esmola e nao ousou.
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